Enquanto ela ri das minhas frases, eu procuro uma maneira de fazê-la me notar.
Enquanto ela fecha os olhos e respira profundamente, eu faço carinhos nos fios dourados e angelicais que caem sobre o seu rosto.
Enquanto ela vira-se e some em direção ao horizonte, eu sento no meio-fio e escrevo palavras com giz branco no chão.
Enquanto ela está voltando, eu estou passando por ela sem saber o destino que tomar.
Enquanto ela grita aos ventos que é cada dia uma, eu silencio em algum canto qualquer dessa imensa cidade.
Enquanto ela sorri de piadas fúteis e sem valor, eu fecho os olhos e penso no próximo texto que vou fazer.
Enquanto ela dorme um sono impenetrável, eu suspiro às estrelas por mais um dia.
Enquanto eu ouço uma música, ela já me desvendou por inteiro com apenas uma medida de olhar.
Enquanto eu paro pra dizer essas palavras, ela já conquistou o mundo e ainda tomou consciência disso.
Enquanto eu puder, vou falar.
Enquanto ela não precisar, ela não vai compreender.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
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