sábado, 31 de julho de 2010

ancorador de auras

a tela mais branca,
o relógio menos irritante,
a mente, sempre incessante.

começa-se pelo fim do dia,
termina-se no meio da noite,
vê-se perto o distante.
brilhante.

cada passo em frente
uma alma deixada na sola,

solta pelo corredor de luzes,
envoltas em plástico bolha,
simples pra não machucar.

passo apertado,
ritmo surdo, assimétrico.

perdido.
porto seguro alfa.
hangar beta.

ômega.



Meu, para o mundo.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fardo Diário

Seus berros, seu sermão.
Seus insultos.
Contramão.

Longe dos fatos,
Distante de atos
Perto da porta da rua.
Fora do eixo.
Olhe ao seu lado,
Os poucos que restam,
Te detestam, agouram-te.

Reflita ao abrir os olhos.
Enxergue-se além,
Não seja aquém.
Distante dos atos,
Você é um fardo.
Fato.



Meu, para o mundo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Claro a Dentro

Insônia maldita.
Sono perdido.
Mais uma noite em claro
Fones no ouvido.

Lentidão rítmica dos pensamentos.
Intransigentes. Exigentes.
Initeligíveis. (Ininteligentes).

Cansado do presente passado,
Sentado, espera a recusa.

Mais cem anos aprisionado
no corpo do malfeitor alado.

Duzentas noites perdidas
para as madrugadas claras.



Meu, para o mundo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Anciões e Sábios

A diferença.
A displicência.
A diferença.
A resiliência.
A transferência.
A impaciência.
A esperança.
A paciência.
A indiferença.
A ciência.
A justiça.
A sapiência.

A essência.



Meu, para o mundo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Lápis na Folha

O lápis corta as linhas,
Finas, elegantes, silhuetas do caderno.

Belas letras, traços ligeiros,
Respingos de tinta.

Tinteiro melado,
Transbordando ideias e sentimentos.

Sentimentos traçados,
I’s devidamente pingados.

Prévia do final da história,
Começo da relação,
Meio da emoção.



Meu, para o mundo.

domingo, 4 de julho de 2010

Oferta Desfeita

A mão lhe foi estendida,
Oferenda feita, retida.
Nada de clemência ao pecador.
Resta-lhe a dor, o ardor.
Nada passa de temor.
Sua veia de ator, seu lado encantador
Deflagrado pelo recanto.
Sem mais jardins,
Finito de lírios, sopros e alívios.
Tradicional ímpeto furioso.
Assombro da perdição,
Causador maléfico dos sonhos.
Chora pelo amanhã preterido,
Ajoelhe-se perante o presente fundido.
Forjando seu anel de prata,
Liga da matéria mais lasciva.
Coração envenenado pela beleza,
Louros nocivos ao Ego,
Aprazíveis ao ID,
Abandonados pelo Super.



Meu, para o mundo