Ultimamente ando querendo-me repaginar. Não propriamente como um livro, em que as folhas já estão gastas em decorrência do tempo e mal tratadas pelo clima e por seu dono, mas quero dizer no âmbito de rever os conceitos, as idéias, os ideais, os pensamentos, as atitudes. Em suma, tudo. Não porque eu pense que estão deturpados ou confusos, mas simplesmente pelo fato que chega um determinado ponto em que a vida culmina em duas escolhas: ou se evolui para algo melhor e de maior amplitude, ou se contenta com o pouco que se é e, com o estável por assim dizer. Com o seguro.
No entanto, ao mesmo tempo em que se quer evoluir, fica a dúvida de como será a vida daquele ponto em diante, e se essa mudança realmente vai ser significativa não apenas para mim próprio, mas também para àqueles todos que me circundam e envolvem.
Sei muito bem que apenas isso, essa mania de falar frases soltas por meio de um texto não ajudam, ou até mesmo me impulsionam à alguma coisa que não sei bem o que é, porém só de expor os pensamentos, tenho aquela sensação pouco conhecida e menos ainda apreciada de sentir os ombros leves, como se o peso do mundo fosse tirado das minhas costas com o simples toque da primeira tecla de uma máquina de escrever, que você tem consciência que à partir dela, muito mais está por vir.
Sei que essa mania de escrever para alguns é vista com maus olhos, com represálias, com indiferença, afinal pensam que se há muito mais que fazer na vida do que deslocar do dia um curto espaço de tempo e dar vazão ao que se sente, o que se pensa e transcrever isso ao papel.
Pode ser que isso que escrevo hoje não vá para os anais daqui um século, até mesmo será capaz que meus filhos, netos ou os amigos próximo que hoje tenho não leiam essas palavras ao vento ditas, mas só de dizê-las, e eu ter conhecimento que foram algum dia postas para fora já é inexplicavelmente reconfortante.
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