segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mundo que Passou

abra a janela para respirar.
sinta a brisa do mar,
o cabelo voar,
a pele, de luz, se banhar.
aprecie cada momento,
a infidade de pensamentos,
a sobriedade do cenário,
viva, enquanto passa-se o tempo.
descubra a beleza na asa da borboleta,
lembre da natureza avistando uma gota d'orvalho,
embriague-se à sua maneira,
na garrafa, do copo ou na taça,
floresçam expectativas,
desabrochem lágrimas altivas
surpeendendo todos os passantes
delirantes.
'são lágrimas radiantes'.
são instantes. cada um,
importantes.
assopre os erros e o passado
pela fresta da porta,
não de entrada, imaculada.
pela dos fundos, que dá para o que passou.
pelo que passou pelo seu mundo.



Meu, para o mundo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pouco que se faz Muito

falta pouco pra começar.
falta pouco pra acordar.
falta pouco pra curar.
falta pouco pra fechar.
falta pouco pra inspirar.
falta pouco pra expirar.
falta pouco pra inflar.
falta pouco pra bombear.
falta pouco pra recordar.
falta muito pra viver.
falta pouco pra terminar.
falta pouco pra pulverizar.
falta pouco pra queimar.
falta pouco pra cicatrizar.
falta pouco pra extasiar.
falta muito pra cair.
falta pouco pra chorar.
falta pouco pra examinar.
falta pouco pra clarear.
falta pouco pra festejar.
falta pouco pra dançar.
falta pouco pra declarar.
falta pouco pra amar.
resta muito a falar.
pouco ar pra respirar.
falta muito,
tempo que falta pouco,
permanece louco.



Meu, para o mundo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

No Galpão

a bateria ritmou
o baixo contrapontou
a guitarra chorou
o violão chamou
a porta abriu
e você, bom
você não chegou.



Meu, à porta que não me fez sorrir.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

(Ar)Rumando

seu prenome
passado julgado
pela lei dos homi’s
acorrentado na pedra
filosofa.
‘calma’ – ele te diz.
‘socorro’ – você clama
perdida nas horas
atordoada pelos dias
não parecem ter fim
acabam sem que note
vem amanhã, passa o corte,
escreva sua sorte, peça um Norte.
a bússola te abandonou na viela da vida
eu te abandonei no dobrar da esquina
larguei tudo que tinha na vila,
recolhi duas mudas,
calça vestida e pé de chinelo,
troxa no ombro
saindo dos escombros
retornando pro que um dia foi um lar,
e agora sobra vento,
falta tempo
tudo gira lentamente.




Meu, para o mundo.

No Mesmo Chão

flutuar eu quero
amor sincero,
espero, rezo, peço
ninguém atende,
poucos entendem,
outros contestam,
eu só peço, só rezo
espero no querer
benzer.

sobrou muito do todo
aguardo o fim?
vislumbro o teu ‘sim’.
sim, vislumbro o teu sorriso
porto atracador,
meu paraíso.

velejar eu quero,
bento vento,
benzo o acalento,
sofro em silêncio,
rogo em cada manhã
uma solução pagã,
o olhar de uma cristã.

na face, o projeto inacabado,
nos olhos, o futuro projetado
agora turvo,
e lindo.

florescer eu quero,
sua mão, espero,
seus pés descalços no chão
tocando meu coração.

esperar por você,
espero?
quero.



Meu, para ela.