Ele nunca soube explicar como, nem onde e muito menos o porque. Simplesmente aceitou aquela sensação acalentadora em seu peito. Era reconfortante. Uma serenidade inigualável. Nunca antes experimentada por ele.
A história era antiga. Um passado tinha existido antes deste reencontro final e agora mais perfeito e objetivo do que nunca. O que ficou para trás marcou-o profundamente, não por ter sido ruim. Longe disso. Mas justamente por tê-lo feito feliz em algumas trocas de saliva e cruzar de braços às costas.
Ela era muito pra ele no momento. Sempre o foi. E mesmo agora, continua sendo tudo além do que ele merece. E assim sendo-a, ele busca agradá-la em todos os sentidos, embora ela muitas vezes dizendo que não é necessário. Mas ele pensa: "Ela é perfeita! Tem todas as qualidades e os defeitos que tornam ela justamente a síntese dessa palavra. Não tem sentido não esforçar-me para fazê-la feliz."
O tempo passou e o passado só vem a confirmar o que ele havia dito à ela um ano atrás.
Não foi olho no olho, cara a cara. Ele tinha vergonha de expressar-se na época, então as maiores e mais lindas declarações de amor eram postas em letras digitais, que iam tomando forma com o metralhar de dedos nas teclas empoeiradas e já desgastadas pelo tempo e uso frenético de suas mãos.
As cartas virtuais nunca foram lidas por ninguém, nem mesmo por ela, a dona de seu coração e musa inspiradora de tais parágrafos.
O dia iria chegar e tais contrações de letras teriam um sentido maior do que na época. Mais transcendente. Seriam verdade. Além do absolutismo e do próprio entedimento dele.
Ansiosamente, ele reclusou-se e esperou. E esperou. Sem preocupar-se. No fundo, algo tinha mudado para ele. As cores tinham tomado novas formas, a simplicidade que ela tinha no olhar, nos gestos. Tudo afetou. Tudo parecia certo. Mas não no tempo certo. A hora era errada. Os destinos tinham pregado uma peça. E não fora das boas.
A desolação foi instantânea ao ler as seguintes palavras: "mas me PROMETE que não vai mais esperar nada de mim? que se confiar em mim e nas coisas como devem ser tudo vai ser melhor? eu só quero melhor, sempre. só te peço isso ... "
Nada foi mais lúgubre do que ter de ler isto. Era a verdade. incontestável como nunca fora. Coesa. Correta. Absoluta. E quisá desmantelada.
Muito entre este espaço de tempo que seguiu-se aconteceu.
A desilusão foi forte pra ele. O sentido não foi perdido, mas por um lado, deixou de ter a coerência de antes. Quando a sentia, ela estava ao seu lado, trocando olhares de beijos. Carícias e abraços.
Ela seguiu seu rumo. Encenando a vida dela em cada passo. Em cada olhar e palavra expressada. Em cada sorriso e abraço proferido. Uma atriz da vida.
Isso ela sempre foi, e continuo sendo. Uma das melhores pra ele. Na interpretação da vida. Na atuação da realidade.
Ela não mente, engana. De dissimulada, nada tem. Só quando o personagem exige isso dela.
Sempre boas com as palavras, cada sentença que dizia à ele era uma flecha fincada na tábua do alvo em seu coração. Algumas boas, outras nem tanto, mas na média geral, destacava-se por conquistá-lo sempre. Todos os dias. O tempo inteiro. Mesmo nesse hiáto relacional. Em que cada um prosseguiu em caminho oposto, mas com as estradas em paralelo.
"Os caminhos ainda vão se cruzar.", ele disse para ela uma vez. E acreditou piamente nisso. Cego, resoluto. Tranquilo, sem pressa. Havia de chegar o dia. Nunca pensou o contrário, nem por um segundo.
O encanto foi imediato. A empatia que o acometeu ao olhar para ela foi absolutamente fora de série. E tudo o que sentia antes, só veio a crescer e tornar-se no que é hoje, um sentimento de paixão, de carinho, ternura, companheirismo.
As estradas um dia opostas, bifurcaram-se como que por um acaso, simplesmente pelo fato de um convite para uma festa ter sido aceito.
Mal sabiam que dali, sairia um grande conforto para os dois. Dali, floresceria uma relação que seria perfeita, em todos os sentidos da palavra. Teria compreensão de ambos, o carinho, a atenção, os sentimentos relacionados e interligados, a sintonia no pensar, no agir, no falar. No tocar. O encaixe dos beijos e dos abraços. No dar as mãos, via-se claramente a conexão entre os dois.
Mesmo o convite tendo sido aceito, algumas outras barreiras precisaram ser transpostas, quebradas. Alguns relacionamentos por parte de cada um precisavam ser vivenciadoa para que pudessem começar o deles.
Ela, ávida em em suas decisões, flertou com o que seria um namoro. Mas durou pouco tempo. O suficiente para ser lembrado para sempre, mas pouco para ter significado alguma coisa. Uma lição desse relacionamento velocista foi tirada, e ela a carrega consigo até hoje. Muitas vezes, a impestuosidade do impulso traz resultados estranhos. Foi o que ela aprendeu.
Por outro lado, ele não flertou com relações sérias, continuo vivendo despreocuapdo, sem prende-ser sentimentalmente a ninguém. Seu coração estava reservado a tempos, oito meses praticamente. Apenas esperando o destino encontrar a hora exata para acontecer.
E em mais uma festa, esse momento aconteceu. Uma conversa de uma hora definiu o que seria a relação deles, e do auge de sua insanidade mental, ele disse as palavras que definiriam e marcariam a vida deles: "Do caralho."
Nada expressa uma situação melhor que um palavreado. Ainda mais quando a situação envolvia os dois. E o começo da vida à dois para eles.
A palavra exclusividade ganhou outro sentido. Outra denotação. Tudo passou a significar algo para eles, e todo o resto não importava. Criaram um mundo próprio. Não de fantasia. Isso não era a intenção deles. Viveriam embasados na realidade, nos sentimentos, na verdade, nas ações e nos gestos sinceros.
'A sinceridade acima de tudo', seria o lema de ambos. E eles dizem que tem dado certo.
Cada dia que passa, quebram mais paradigmas. Não são todos que conseguem seguir essa máxima pessoal, ser sincero independente da situação. Mas eles são assim. Indecifráveis para o mundo e totalmente abertos, um para o outro.
Os dias foram passando, as visitas aumentando, junto aos sentimentos e saudades dos momentos em que não estavam juntos.
Até que em um fatídico dia, ela o pediu em namoro. Em meio a uma troca de beijos e abraços fervorosos. Não teve meias palavras, meios termos, meio-nada. Foi direto. Reto. Inesperado e maravilhoso.
E uma quebra de paradigma foi feita. Ela, foi quem o pediu em namoro, e ele, sem ao menos pensar, refletir o que tinha acontecido, aceitou no ápice do momento.
Sem medo. Dúvidas. Sem querer explicações. Ele queria isso. Tinha pensado nisso. Mas não sabia o que ela pensava. O que queria. Se estava em sintonia.
Foi a melhor surpresa que ele poderia ter ganhado. O início de um namoro com a menina que não saía de sua cabeça há tempos. Há meses, rondava seus pensamentos e memórias. Seus sonhos e seus olhares corridos pelas palavras nos e-mails, no blog.
Agora, o que o tempo reserva para eles, aos poucos vão descobrindo juntos, de braços dados e mãos abertas.
Aventurando-se em algo novo para ambos.
Assustador? Não.
Nada os assusta quanto ao que sentem e pensam. São iguais os raciocínios. Os pensamentos, os sentimentos. As idéias e ideais.
Cada mais se adoram, e cada dia distante um do outro pensam nos momentos em que estavam juntos e sabem, que em breve, estarão juntos mais uma vez. Como se fosse a primeira vez. Todas as vezes. Sempre em vezes.
O futuro é o que eles têm, e o presente, é o melhor que eles jamais poderiam imaginar.
(...)
terça-feira, 30 de setembro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
A filosofia no dia de trabalho
Até nos mais infames momentos de um dia de labuta, surge algo que é digno de ser exibido ao mundo.
Em um papo de msn que acabou de acontecer - agora são 16:55 - minha amiga bruna fez a seguinte pergunta:
- Meu, porque as pessoas são complicadas?
E como de praxe, eu respondi com uma frase vã-filosófica, que é esta:
- Porque é da natureza humana criar obstáculos e dificuldades. assim elas não precisam culpar a si mesmas pelos fracassos e derrotas acumulados durante a vida.
Até nos dias mais tediosos e ermos, conjecturas sobre a vida são feitas. E provam ter algum sentido. Mesmo que em um curto espaço de tempo.
Em um papo de msn que acabou de acontecer - agora são 16:55 - minha amiga bruna fez a seguinte pergunta:
- Meu, porque as pessoas são complicadas?
E como de praxe, eu respondi com uma frase vã-filosófica, que é esta:
- Porque é da natureza humana criar obstáculos e dificuldades. assim elas não precisam culpar a si mesmas pelos fracassos e derrotas acumulados durante a vida.
Até nos dias mais tediosos e ermos, conjecturas sobre a vida são feitas. E provam ter algum sentido. Mesmo que em um curto espaço de tempo.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Espetáculo de tolos V
Mais uma observação vã e senil sobre a vida.
Você sabe o que é a vida?
A vida é um interminável grito agonizante de feridas incuráveis, expostas ao sol escaldante.
Você sabe o que é a vida?
A vida é um interminável grito agonizante de feridas incuráveis, expostas ao sol escaldante.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
O cursor do software me dá aflição
Não existe nada mais irritante do que a intermitência do cursor no documento em branco do Word / Bloco de Notas / Wordpad. Espero que entendam o sentido correto.
Eu me refiro à irritabilidade do cursor não por ser irritante, propriamente dito, mas por ele representar o vazio cerebral, a síncope das idéias. O completo vácuo que na caixa craniana alguns segundos - ou minutos dependendo do caso, antes de começar a discorrer sobre algum assunto ou alguma coisa que aflige a pessoa.
Esse cursor, pra mim particularmente, pode ter muitos significados.
Ele implica na falta de idéias, claro. Não seria diferente. Eu vivo de ter idéias, e ocasionalmente a falta delas é inevitável. Ele representa o pensamento antes de concatenar a idéia. O processo de logística que forma a idéia.
Pode ser também nada. Apenas ter aberto um documento novo e ter deixado ele lá, sem mexer, esquecido, inutilizado. Absurdo isso ocorrer, mas ocasionalmente ele também deve sentir-se solitário, afinal, não tem ninguém que faça companhia pra ele, ainda mais se for o Bloco de Notas.
Será que pode representar isso também? A solidão do cursor. Ele estar fadado a nunca ter uma companheira ao seu lado. Alguém com quem compartilhar os medos, as aflições, as alegrias de correr de um lado para o outro e para cima e para baixo com os toques rápidos e agéis dos dedos do digitador / trabalhador / desempregado / usuário / programador e por aí vai.
Eu não gostaria de encontrar-me na pele desse(a) cursor.
Talvez seja por isso que penso nessas possibilidades. Por não querer estar, posso refletir sobre como seria a vida / existência dele(a).
Para mim, o(a) cursor ainda continua me afligindo. Me dando uma sensação incômoda de falta de criatividade, e quisá represente a minha incapacidade produtiva.
Mas todas as sensações logo são postas à prova no momento em que vejo-o(a) correr pelo software de texto. Da esquerda para a direita, e de cima para baixo.
Eu me refiro à irritabilidade do cursor não por ser irritante, propriamente dito, mas por ele representar o vazio cerebral, a síncope das idéias. O completo vácuo que na caixa craniana alguns segundos - ou minutos dependendo do caso, antes de começar a discorrer sobre algum assunto ou alguma coisa que aflige a pessoa.
Esse cursor, pra mim particularmente, pode ter muitos significados.
Ele implica na falta de idéias, claro. Não seria diferente. Eu vivo de ter idéias, e ocasionalmente a falta delas é inevitável. Ele representa o pensamento antes de concatenar a idéia. O processo de logística que forma a idéia.
Pode ser também nada. Apenas ter aberto um documento novo e ter deixado ele lá, sem mexer, esquecido, inutilizado. Absurdo isso ocorrer, mas ocasionalmente ele também deve sentir-se solitário, afinal, não tem ninguém que faça companhia pra ele, ainda mais se for o Bloco de Notas.
Será que pode representar isso também? A solidão do cursor. Ele estar fadado a nunca ter uma companheira ao seu lado. Alguém com quem compartilhar os medos, as aflições, as alegrias de correr de um lado para o outro e para cima e para baixo com os toques rápidos e agéis dos dedos do digitador / trabalhador / desempregado / usuário / programador e por aí vai.
Eu não gostaria de encontrar-me na pele desse(a) cursor.
Talvez seja por isso que penso nessas possibilidades. Por não querer estar, posso refletir sobre como seria a vida / existência dele(a).
Para mim, o(a) cursor ainda continua me afligindo. Me dando uma sensação incômoda de falta de criatividade, e quisá represente a minha incapacidade produtiva.
Mas todas as sensações logo são postas à prova no momento em que vejo-o(a) correr pelo software de texto. Da esquerda para a direita, e de cima para baixo.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Um "estilo de vida" para poucos
São exatamente 16:19h de uma terça-feira nublada / fria / insólita do mês de Setembro, no ano de 2008. Ocasionalmente o relógio continuaria a tic-taquear e foi exatamente o que aconteceu. Um minuto se passou numa fração de 60 segundos.
Mas não estou aqui para falar das infindáveis horas e seus intermináveis e intransigentes minutos. Vim para falar sobre outra cousa. Uma cousa que nos assombra constantemente, nos persegue e por muitas vezes, acaba nos vencendo e temos que ceder.
Ao começar este texto, imaginei quantas pessoas estariam dormindo naquele exato momento, às 16:19h. Indaguei-me isso porque o sono tinha voltado a me incomodar mais uma vez, como tem sido frequente nos últimos quinze ou vinte dias, já nem sei mais. Acabei por perder as contas.
Agora pense que maravilhoso seria estar dormindo, no recanto do seu lar, com um dia desanimador e gélido como este.
Visualize esta cena.
Você, embaixo de um cobertor, edredom - o que for de sua preferência, assistindo um filme deveras interessante e muito assaz. Comendo uma pipoca - afinal filme clama por uma pipoca, e tomando um guaraná ou uma coca. Sou publicitário, então as referências fazem parte.
Nada mais acalentador do que essa cena, não é mesmo?
Sei que eu gostaria de ser o personagem desta cena que acabo por descrever-vos. No entanto, todavia, entretudo, estou ganhando o meu salário, digno e nem tanto suado, devido ao tempo.
Não reclamo de estar no trabalho, muito pelo contrário. Valorizo ainda mais os momentos que tenho para descansar, exceto por estes quinze ou vinte dias que tenho dormido pouco.
O sono dos justos, como dizem, para mim é perda de tempo.
Não é porque a sua pessoa, em toda a sua magnificência e complacência está aproveitando o 'sono de beleza' que o mundo irá parar, e esperar você acordar para voltar a girar no seu eixo e transcorrer mais um dia na sua vida terrestre.
Cada minuto que você dorme, deixou de aprender ou se inteirar sobre alguma coisa.
Cada segundo que você passa sem absorver informação, está um passo atrás de seus concorrentes, competidores. Até mesmo daquele seu amigo que vive acordo, alimentando o organismo de energéticos e suplementos vitamínicos.
No momento, estou com vinte e dois anos. Muito bem vividos, devo ressaltar e começando a trilhar a minha infame / iluminada escolha profissional. E posso dizer que desde que comecei, tenho dormido pouco, mas com propósito.
O propósito de conhecer meus limites, saber até onde eu sou capaz de ir para alcançar meu objetivos. Qual é o ponto fraco do meu organismo e o que fazer para suprir a sua fragilidade.
Uma vez, disseram-me que "dormir é perda de tempo". E continuo a cada dia mais, corroborando essa idéia. Absurda a princípio, mas factível quando você começa a trilhá-la.
Eu sei que todos que lerem este texto irão taxar-me de problemático / louco / desvairado e dizer que não preocupe-me com a meu próprio bem estar e minha saúde.
Mas a estes que pensarem e disserem tais palavras, digo-lhes agora:
Não é para qualquer um este tipo de vida.
Mas não estou aqui para falar das infindáveis horas e seus intermináveis e intransigentes minutos. Vim para falar sobre outra cousa. Uma cousa que nos assombra constantemente, nos persegue e por muitas vezes, acaba nos vencendo e temos que ceder.
Ao começar este texto, imaginei quantas pessoas estariam dormindo naquele exato momento, às 16:19h. Indaguei-me isso porque o sono tinha voltado a me incomodar mais uma vez, como tem sido frequente nos últimos quinze ou vinte dias, já nem sei mais. Acabei por perder as contas.
Agora pense que maravilhoso seria estar dormindo, no recanto do seu lar, com um dia desanimador e gélido como este.
Visualize esta cena.
Você, embaixo de um cobertor, edredom - o que for de sua preferência, assistindo um filme deveras interessante e muito assaz. Comendo uma pipoca - afinal filme clama por uma pipoca, e tomando um guaraná ou uma coca. Sou publicitário, então as referências fazem parte.
Nada mais acalentador do que essa cena, não é mesmo?
Sei que eu gostaria de ser o personagem desta cena que acabo por descrever-vos. No entanto, todavia, entretudo, estou ganhando o meu salário, digno e nem tanto suado, devido ao tempo.
Não reclamo de estar no trabalho, muito pelo contrário. Valorizo ainda mais os momentos que tenho para descansar, exceto por estes quinze ou vinte dias que tenho dormido pouco.
O sono dos justos, como dizem, para mim é perda de tempo.
Não é porque a sua pessoa, em toda a sua magnificência e complacência está aproveitando o 'sono de beleza' que o mundo irá parar, e esperar você acordar para voltar a girar no seu eixo e transcorrer mais um dia na sua vida terrestre.
Cada minuto que você dorme, deixou de aprender ou se inteirar sobre alguma coisa.
Cada segundo que você passa sem absorver informação, está um passo atrás de seus concorrentes, competidores. Até mesmo daquele seu amigo que vive acordo, alimentando o organismo de energéticos e suplementos vitamínicos.
No momento, estou com vinte e dois anos. Muito bem vividos, devo ressaltar e começando a trilhar a minha infame / iluminada escolha profissional. E posso dizer que desde que comecei, tenho dormido pouco, mas com propósito.
O propósito de conhecer meus limites, saber até onde eu sou capaz de ir para alcançar meu objetivos. Qual é o ponto fraco do meu organismo e o que fazer para suprir a sua fragilidade.
Uma vez, disseram-me que "dormir é perda de tempo". E continuo a cada dia mais, corroborando essa idéia. Absurda a princípio, mas factível quando você começa a trilhá-la.
Eu sei que todos que lerem este texto irão taxar-me de problemático / louco / desvairado e dizer que não preocupe-me com a meu próprio bem estar e minha saúde.
Mas a estes que pensarem e disserem tais palavras, digo-lhes agora:
Não é para qualquer um este tipo de vida.
domingo, 14 de setembro de 2008
The wealthy mind of a tramp
"
That's all any of us are. Amateurs.
We don't live long enough to be anything else.
"
Mr. Calvero
Limelight
That's all any of us are. Amateurs.
We don't live long enough to be anything else.
"
Mr. Calvero
Limelight
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
A proposta(indecente) de ontem
Ontem, recebi a proposta mais indecente de toda a minha vida.
Na realidade, queria eu ter feito-a, mas não vejo problema nenhum no ocorrido, afinal a relação na qual estou vive quebrando paradigmas.
Este foi só mais um de muitos outros que estão esperando ansiosamente por serem quebrados.
Não arrependo-me de ter sido o lado oposto que fez a proposta.
E como bobo, não sou, aceitei sem refletir ou pensar a respeito.
Na realidade, queria eu ter feito-a, mas não vejo problema nenhum no ocorrido, afinal a relação na qual estou vive quebrando paradigmas.
Este foi só mais um de muitos outros que estão esperando ansiosamente por serem quebrados.
Não arrependo-me de ter sido o lado oposto que fez a proposta.
E como bobo, não sou, aceitei sem refletir ou pensar a respeito.
A sinceridade é dúbia?
Em algumas ocasiões, penso se os outros entendem o que digo de maneira errônea.
Mas após uma breve reflexão, dou-me conta que não.
Eles entendem corretamente.
O único problema é que levam muito a sério.
Mas após uma breve reflexão, dou-me conta que não.
Eles entendem corretamente.
O único problema é que levam muito a sério.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Espetáculo de tolos IV
Mais uma observação agro e senil sobre a nossa pífia existência.
Você sabe o que é a vida?
A vida é o pináculo do sofrimento envolto em plumas e tangente à um abissal mau agouro.
Você sabe o que é a vida?
A vida é o pináculo do sofrimento envolto em plumas e tangente à um abissal mau agouro.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Duas vidas. Um disparo. E a danação
- Não! Não. Não!
Foram as últimas palavras ditas por aquela boca, segundos antes do dedo trêmulo ter puxado o lacre do revólver e disparado o projétil envolto em lágrimas.
O corpo, gélido, antes mesmo do flash enuveado de pólvora, cedeu lentamente ao chão, onde destoou do marrom do assoalho, ao mesmo tempo que um mar vermelho fluía do rombo mínimo, que varou-o como uma folha papel.
Ouve-se somente o interminável som do silêncio, juntamente ao início de um choro desolado, sem batimento cardíaco e razão de existência.
O lago começa a crescer, rubro e espesso. Toca os pés do atirador e envolve suas sandálias cor de creme. Em um instante, a fusão já estava completa. O pés, agora, estavam imersos no lago rubro ainda quente.
O corpo jazido no laminado de madeira ia purpureando à passos lentos, tranquilos.
Estava estático, como quando avistou a placa brilhante de cabo amadeirado na mão do algoz, segundos antes da luz incandessente acertá-lo.
Não teve tempo nem de pôr à prova o que dizem quando se está perto de morrer. A história de sua vida não deve ter passado diante dos seus olhos. E no mínimo espaço entre a bola reluzente queimante e o estrondo e quebrar de ossos do seu peito, é pouco provável que tenha parado para apreciar os slides de sua vida.
Agora são três e quarenta e nove da madrugada.
O vão silencioso é palpável.
Ninguém sabe deste homicídio. Poucos foram os que acenderam as luzes ao ouvirem o disparo.
Provavelmene pensaram ser um escapamento de automóvel e não deram importância.
O atirador com suas sandálias manchadas vai ao banheiro antes de abandonar o local.
Enxágua o rosto de traços finos e olhos amendoados. Suas mãos ainda tremem em menor intensidade.
Vislumbra-se no espelho. O lábio fino manchado de batom vermelho.
Sim. O crime foi passional.
Mexe na aliança dourada -reluzente-envelhecida alojada no dedo anelar.
Tinha acabado de matar o seu marido. O amor de sua vida. A razão pela qual acordava (in)feliz todas as manhãs.
O anel de compromisso cai duro e trincado no piso azulejado do banheiro.
Ela passa pelo corpo do noivo estendido e exangue.
Agarra a bolsa com força, teateia as chaves na fechadura. Destrava a porta e ruma corredor a dentro.
A luz no fim do túnel apaga-se com o cerrar da porta ao batente.
O fim de duas vidas.
Uma matrimonial e física.
E o início de mais uma danação psicológica no mundo.
Foram as últimas palavras ditas por aquela boca, segundos antes do dedo trêmulo ter puxado o lacre do revólver e disparado o projétil envolto em lágrimas.
O corpo, gélido, antes mesmo do flash enuveado de pólvora, cedeu lentamente ao chão, onde destoou do marrom do assoalho, ao mesmo tempo que um mar vermelho fluía do rombo mínimo, que varou-o como uma folha papel.
Ouve-se somente o interminável som do silêncio, juntamente ao início de um choro desolado, sem batimento cardíaco e razão de existência.
O lago começa a crescer, rubro e espesso. Toca os pés do atirador e envolve suas sandálias cor de creme. Em um instante, a fusão já estava completa. O pés, agora, estavam imersos no lago rubro ainda quente.
O corpo jazido no laminado de madeira ia purpureando à passos lentos, tranquilos.
Estava estático, como quando avistou a placa brilhante de cabo amadeirado na mão do algoz, segundos antes da luz incandessente acertá-lo.
Não teve tempo nem de pôr à prova o que dizem quando se está perto de morrer. A história de sua vida não deve ter passado diante dos seus olhos. E no mínimo espaço entre a bola reluzente queimante e o estrondo e quebrar de ossos do seu peito, é pouco provável que tenha parado para apreciar os slides de sua vida.
Agora são três e quarenta e nove da madrugada.
O vão silencioso é palpável.
Ninguém sabe deste homicídio. Poucos foram os que acenderam as luzes ao ouvirem o disparo.
Provavelmene pensaram ser um escapamento de automóvel e não deram importância.
O atirador com suas sandálias manchadas vai ao banheiro antes de abandonar o local.
Enxágua o rosto de traços finos e olhos amendoados. Suas mãos ainda tremem em menor intensidade.
Vislumbra-se no espelho. O lábio fino manchado de batom vermelho.
Sim. O crime foi passional.
Mexe na aliança dourada -reluzente-envelhecida alojada no dedo anelar.
Tinha acabado de matar o seu marido. O amor de sua vida. A razão pela qual acordava (in)feliz todas as manhãs.
O anel de compromisso cai duro e trincado no piso azulejado do banheiro.
Ela passa pelo corpo do noivo estendido e exangue.
Agarra a bolsa com força, teateia as chaves na fechadura. Destrava a porta e ruma corredor a dentro.
A luz no fim do túnel apaga-se com o cerrar da porta ao batente.
O fim de duas vidas.
Uma matrimonial e física.
E o início de mais uma danação psicológica no mundo.
Let's start something?
O primeiro canudo dividido.
As mãos dadas como os nós de um echarpè, que só desfiam e desfazem-se com o tempo.
Foi naquele dia que a órbita foi alinhada e ambos souberam de instanâneo.
Ali era o começo.
De algo novo. Vivo inebriante. Pulsante e intenso.
E tudo por culpa dela.
A taça de vidro recoberta de calda de chocolate em um micro-minúsculo espaço.
As mãos dadas como os nós de um echarpè, que só desfiam e desfazem-se com o tempo.
Foi naquele dia que a órbita foi alinhada e ambos souberam de instanâneo.
Ali era o começo.
De algo novo. Vivo inebriante. Pulsante e intenso.
E tudo por culpa dela.
A taça de vidro recoberta de calda de chocolate em um micro-minúsculo espaço.
A Vã Genialidade
Existe uma linha tênue entre estupidez e genialidade.
E hoje (sexta-feira), um grande amigo meu cruzou essa linha.
Para o lado errado.
E hoje (sexta-feira), um grande amigo meu cruzou essa linha.
Para o lado errado.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Necessidade de uma pausa. Ou, meramente, uma noite bem dormida.
Nada.
Vento permamente.
Zero e nada.
Em colapso, talvez esteja.
Difícil compreender o porquê.
Tento concentrar-me, e simplesmente.
Falta a capacidade para tal.
Niente.
Blank. White screen.
Mensagem de erro.
Por favor, pressione restart.
A minha mente.
Reboot.
Danke.
Vento permamente.
Zero e nada.
Em colapso, talvez esteja.
Difícil compreender o porquê.
Tento concentrar-me, e simplesmente.
Falta a capacidade para tal.
Niente.
Blank. White screen.
Mensagem de erro.
Por favor, pressione restart.
A minha mente.
Reboot.
Danke.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Orgulhosamente Apresentando - A vida de um visionário
Certas coisas não têm como serem explicadas.
Vamos começar pelo início - redundante ou não?
Primeiramente, vou logo avisando à todos vocês, leitores / passadores de olhos / transeuntes / e / visitadores do blog que, como escritor, sou um maravilhoso olheiro.
Infelizmente, meu forte não são as palavras e suas minúncias. Gosto tudo claro, cristalino. O bom e velho Preto no Branco, sabem como é? Não tem nada melhor do que focar os olhos e entender, compreender, Ver.
Voltemos agora ao que vinha falando.
Muitos acreditam que eu atrapalho a vida. Sou um estorvo, um objeto chato de ser carregado daqui pra lá, e de lá pra cá. Por isso que inventaram umas gosminhas melequentas e transparentes.
Eu, particularmente, sou muito mais estiloso. Bonito. E ainda tenho diversos tipos de estampa, pode-se dizer.
Não vim para atrapalhar ou complicar a vida de ninguém, é diametralmente o oposto meu objetivo. Meu intuito é meramente altruísta e visionário.
Quero facilitar a vida de todos os que necessitam de um mínimo de clareza e foco na vida para compreender e entender o que está rabiscado por todos os cantos.
E para verem como não sou egoísta, eu faço isso sabendo que serei passivo de maus tratos.
Alguns me largam de qualquer maneira, virado de ponta cabeça, sentam em cima de mim sem a menor preocupação com o meu bem estar. Diversas vezes já fui quebrado, alguns momentos fico levemente manco, ou em outros casos fenomenais, quebram-me as duas pernas.
E vocês, leitores, devem estar se pergutando como eu me recupero. Pois não se espantem, tenho um pronto socorro para me atender. Não é a mesma estrutura que vocês estão acostumados, mas fico plenamente satisfeito e reabilitado após uma rápida visita.
Ah, eu me curo mais rápido que vocês, meros humanos. Descupem-me pelo momento vanglorio.
Tenho que dizer com extremo pesar que em um futuro - espero que distantíssimo, sobraram apenas os protetores de nossa espécie. Muito mais valorizados do que nós, reles utilitários visionários.
Mas, entre esperanças e desilusões, estou firme e forte. Ajudando muitos, sendo ferido pelos desatentos e trilhando o meu o caminho.
E sempre acompanhado por duas belas damas lindas, límpidas e que reluzem iluminação.
Não usem as gosminhas não. É chato ter que ficar degladiando com si mesmo para conseguir ter um pouco mais de foco.
Me despeço de todos.
Obrigado pela atenção de todos e por terem lido esse texto.
Com, ou sem minha ajuda.
Abraços para os cavalheiros e beijos para as damas.
O sempre fiel e companheiro,
Sr. Óculos de Grau.
Vamos começar pelo início - redundante ou não?
Primeiramente, vou logo avisando à todos vocês, leitores / passadores de olhos / transeuntes / e / visitadores do blog que, como escritor, sou um maravilhoso olheiro.
Infelizmente, meu forte não são as palavras e suas minúncias. Gosto tudo claro, cristalino. O bom e velho Preto no Branco, sabem como é? Não tem nada melhor do que focar os olhos e entender, compreender, Ver.
Voltemos agora ao que vinha falando.
Muitos acreditam que eu atrapalho a vida. Sou um estorvo, um objeto chato de ser carregado daqui pra lá, e de lá pra cá. Por isso que inventaram umas gosminhas melequentas e transparentes.
Eu, particularmente, sou muito mais estiloso. Bonito. E ainda tenho diversos tipos de estampa, pode-se dizer.
Não vim para atrapalhar ou complicar a vida de ninguém, é diametralmente o oposto meu objetivo. Meu intuito é meramente altruísta e visionário.
Quero facilitar a vida de todos os que necessitam de um mínimo de clareza e foco na vida para compreender e entender o que está rabiscado por todos os cantos.
E para verem como não sou egoísta, eu faço isso sabendo que serei passivo de maus tratos.
Alguns me largam de qualquer maneira, virado de ponta cabeça, sentam em cima de mim sem a menor preocupação com o meu bem estar. Diversas vezes já fui quebrado, alguns momentos fico levemente manco, ou em outros casos fenomenais, quebram-me as duas pernas.
E vocês, leitores, devem estar se pergutando como eu me recupero. Pois não se espantem, tenho um pronto socorro para me atender. Não é a mesma estrutura que vocês estão acostumados, mas fico plenamente satisfeito e reabilitado após uma rápida visita.
Ah, eu me curo mais rápido que vocês, meros humanos. Descupem-me pelo momento vanglorio.
Tenho que dizer com extremo pesar que em um futuro - espero que distantíssimo, sobraram apenas os protetores de nossa espécie. Muito mais valorizados do que nós, reles utilitários visionários.
Mas, entre esperanças e desilusões, estou firme e forte. Ajudando muitos, sendo ferido pelos desatentos e trilhando o meu o caminho.
E sempre acompanhado por duas belas damas lindas, límpidas e que reluzem iluminação.
Não usem as gosminhas não. É chato ter que ficar degladiando com si mesmo para conseguir ter um pouco mais de foco.
Me despeço de todos.
Obrigado pela atenção de todos e por terem lido esse texto.
Com, ou sem minha ajuda.
Abraços para os cavalheiros e beijos para as damas.
O sempre fiel e companheiro,
Sr. Óculos de Grau.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
O que penso sobre as letras e suas junções
Pergunte-me o que eu penso sobre as palavras e hei de dizer-te o seguinte:
- Sou um homem de hábitos simples.
Gosto de todas elas. Cada uma com sua intensidade e particularidade.
- Sou um homem de hábitos simples.
Gosto de todas elas. Cada uma com sua intensidade e particularidade.
O recorte da minha menina
"
menina bonita bordada de floreu vi primeiro
todo encanto dessa moça
todo encanto dessa moça
vai ver era só
dizer a ela assim
moça por favor
cuida bem de mim
"
Marcelo Camelo - Menina Bordada
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Espetáculo de tolos III
Mais uma atração de palco resignada.
Você sabe o que é a vida?
A vida é materialização da jactância de seres austeros e corruptíveis.
Você sabe o que é a vida?
A vida é materialização da jactância de seres austeros e corruptíveis.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Uma tarde com sedativo
Café.
Mal passado, nem coado.
Sujo, granulado e gelado.
Café de esquina.
Da padaria mais chique.
Diazepam.
Diminuição da ansiedade.
Relaxante muscular e tensional.
Amnésia anterógrada.
Um espaço em branco.
A caneta riscando o papel e dilacerando a mesa de vidro.
Os riscos recentes de uma memória inexistente.
Ou ausente, pressuposto.
Blank. Branco.
Whiteout of memories.
Até a próxima.
Um último gole de café etéreo.
Sai de cena.
Mal passado, nem coado.
Sujo, granulado e gelado.
Café de esquina.
Da padaria mais chique.
Diazepam.
Diminuição da ansiedade.
Relaxante muscular e tensional.
Amnésia anterógrada.
Um espaço em branco.
A caneta riscando o papel e dilacerando a mesa de vidro.
Os riscos recentes de uma memória inexistente.
Ou ausente, pressuposto.
Blank. Branco.
Whiteout of memories.
Até a próxima.
Um último gole de café etéreo.
Sai de cena.
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