sexta-feira, 12 de março de 2010

Inconformidade Interna

Não existe mais espaço para bondade.

O mundo está completamente deturpado. Que abram os olhos e vejam a sua veia pulsante de crueldade antes que seja tarde demais. O passado é negro, o presente é obscuro ao extremo e o que será do futuro? O apocalipse? Não em sua real terminologia, mas aquele que dizem ser predito pela Bíblia. O famoso “Fim dos Dias”. O mesmo previsto pela civilização Maia, e que cada dia está mais perto de acontecer.

Solidariedade já deixou de fazer parte do vocabulário mundial, agora a “Lei da Selva” não se aplica mais à fauna, quem tiver dinheiro detém poder, e com poder, faz-se muito, inclusive atrocidades. Estas recorrentes no dia-a-dia da nação mundial. Mas vamos fechar o escopo apenas no Brasil.

Quando foi a última vez que você leu o jornal e não deu de cara com alguma matéria noticiando uma tragédia? Morte? Homicídio? Desastres naturais? Em menos de 1 semana, o Chile sofreu dois terremotos, ambos de magnitude considerável, o desastre não foi tão forte como em Porto Príncipe, no Haiti, mas resultou em mortes da mesma forma. Famílias desabrigadas, que de uma hora para outra perderam tudo o que batalharam anos para conquistar.

Não adianta. Podemos ficar inconformados, mas essas acontecimentos fogem ao nosso alcance. Não temos o controle, o destino está jogado a sorte da roleta russa, só que neste caso, o tambor está sempre carregado com 6 balas, e não apenas 1. Alguém, em algum lugar do mundo, em qualquer beco, viela ou avenida, vai sofrer as consequências do puxa. do gatilho.

Difícil é conviver em um mundo onde a impunidade está em alta, tanto quanto a fome e os índices de soro positivo nas nações africanas, tanto quanto o número de desempregados e desabrigados na nação brasileira, pátria amada. Repleta de ninhos de cobra e corjas das mais variadas laias.

Como salientado, quem tem dinheiro, consequentemente tem poder, e com poder, ha!, digamos que Maomé nunca precisará ir à montanha, se é que entenderam a analogia.

Triste acordar com a certeza de que vai ser mais um dia como todos os antecessores. Mais um dia de páginas vermelhas com notícias de tragédia, assassinatos que nunca serão resolvidos e os autores nunca serão encontrados, quem dirá julgados. Mais um dia de catástrofes naturais, muitas das quais nem sabemos que existe, mas creiam, elas acontecem.

É inevitável, assim como pagar taxas e a morte.

Nunca teremos controle. Infelizmente.

O que nos resta é recolher os pedaços estilhaçados da pouca dignidade que os outros têm e tentar ajudá-los a se pôr de pé.

Quem a morte de mais um paulista, um homem íntegro, sério, inteligentíssimo, que botava um sorriso diário naqueles que liam suas tiras, que dava um sopro de alegria em um mundo tão perturbador e acomodado com suas mazelas, que a morte desse cartunista, ainda jovem, não tenha sido em vão e sirva como um despertar catártico a todos.

Vai em paz, Glauco, com Geraldão, Geraldinho e sua turma.


Meu, para o mundo.

Um comentário:

DANIELA GONZALEZ disse...

Sabe aquele nosso papo de "indiferença"? É exatamente isso o que acontece. Ninguém liga, ninguém se move, ninguém faz nada... até acho que não ando fazendo nada... mas meus planos são outros. Planos não. Porque planos nunca são cumpridos a risca. Meus objetivos são outros. O caminho eu vou escolher na hora. Eu só preciso saber onde eu quero chegar.

Entende?