quarta-feira, 3 de março de 2010

Entre 8 minutos

1:00.

Meio tarde pra escrever.

Mas quem foi que disse que existe um horário para começar a escrever? O que entenderia essa pessoa do ato de escrever?

Tem quem escreva pela manhã, com o sol raiando no horizonte e aquele frescor matinal adentrando a janela recém aberta, com suas cortinas ainda esvoaçantes da primeira lufada de ar depois de uma noite de repouso e uivos.

Tem quem escrevea pela tarde, durante seu tempo ocioso no trabalho, ou assim que chega da escola, da faculdade ou de qualquer outra atividade extra curricular. Tem as meninas que escrevem em seus diários, contam suas paixões crônicas, seus anseios e desesperos pelo rapaz novo que acaba de entrar no colégio e reza para que ele apaixone-se por ela. Tem aquele rapaz revoltado, no auge de seus 15 anos, com a mente ainda inocente, mas ávido em ser transgressor, agir contra tudo e contra todos, sem se importar com as consequências que mal sabe que essas, ah, essas ainda vão segui-lo por muito tempo.

Tem aqueles que só rabiscam palavras aleatórias, nas quais é possível detectar uma infinidade de sentimentos e uma imensidão de significados. Qualquer pessoa que saiba ler caligrafias pode dizer o que representa um corte diferente na letra T, ou o que expressa extender a perna da letra G ou o que diz a ausência de um pingo na letra I.

Escrever é uma arte, da qual a prática faz parte. E como toda arte, demora-se um tempo para adquirir o conhecimento necessário, empregar as pontuações nos momentos certos, saber quando acentar um A com crase ou quando deixar essa crase para um próximo momento, utilizar um sinônimo para que a mesma palavra não se repita antes do próximo parágrafo.

Detalhes. Como na pintura, a escrita é cheia de nuances e diz mais quando enxerga-se o micro, ao invés do macro.

1:08.

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