segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fazem Igual

e tudo começa engraçado:
as piadas que incendeiam sorrisos
algumas gargalhadas sinceras, outras
inseguras, frágeis, quebradas no meio
das folhas jogadas pelas mesas, como
um copo que estilhaça no chão por
ter ficado na quina da mesa.
inclinadas no canto da mesma mesa
para pedir um carinho, buscando
um motivo para iniciar a conversa,
mais uma vez fútil, sobre o dia a dia,
que nada acrescentaria se dante antes
não tivesse existido.
caminha assim as regras dentro da sala,
todos se odiando, fingindo que suas vidas
são maravilhosas, com as contas parcialmente pagas
a ponto de entrarem para o serviço de proteção ao crédito,
comunidade que cresce mais que Paraisópolis,
com mais adesões que a Igreja Católica.
faz parte da vida uma dívida de bar, na padaria
por um pãozinho que não passaram no cartão.
infinita irresponsabilidade gastar mais do que ganha,
um subterfúgio para demonstrar que é melhor
mesmo que a casta diga que é o contrário,
bem longe do que se busca.
luzes apagadas. a última mão a sair fecha a porta
e apaga a luz em função há 12 horas.
essa mão não tranca a porta.
bate o cartão de plástico no dispositivo
magnético, destrava a entrada de vidro.
ela basta às costas.
trava.
igual a todos na hora de falar o que pensam.
igual, tim tim por tim tim, por tim fim.



Meu, para os que não falam.

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