terça-feira, 27 de setembro de 2011

Me Dá Sua Chave?

a pressão é grande.
suas mãos começam a suar
os dedos tremem
e a caneta cai.
seu olhar embaralha,
desfocado, perde o alvo.
o lábio mordido mostra
a falta de controle.
as palpitações descompassam,
as pernas bambas, o suor
frio que escorre da testa
e trava como uma gota d'orvalho
no seu nariz delicado.
inspire fundo, expire sem pressa.
é o amor que bateu à porta.
mas precisa da chave para entrar.



Meu, em homenagem a nós.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Leito de Corais

tô na beira
do precipício,
suplicando.
ninguém ouve,
ninguém sequer
me vê.
rogo pela fortuna,
guardada,
esquecida sobre as rochas
molhadas.
prezo pelos que
ficarão, e viverão
sem saber meu fim.
resoluto, esperando
a barragem
arrebentar.
sigo com o pensamento
afiado, ligeiro,
afogando as lágrimas
relembrando o altar
das compaixões.
não é fácil,
mas é menos
complicado do que parece:
o matar-se à beira mar,
com o recife colorido
a sangrar a pele.



Meu, para o mundo.