sábado, 24 de abril de 2010

Vinte e Quatro de Abril de Dois Mil e Dez

Hoje fazem exatamente Três Meses e Cinco Dias.

O tempo passou mais rápido do que pudesse sentir. As horas, algumas foram eternamente longas, já outras passaram fugazes como um trem bala, ou melhor, como uma bala.

O tempo. Mesmo com estes Noventa e Seis Dias nas costas e na mente todos os dias, parece que faz completou muito menos. Cada mês para uma semana, e cada semana para um dia.

E quando esse sentimento sobressai, o dia demora a concluir-se. Os pensamentos ficam soltos pelo ar, desatam-se os nós dos neurônios e quem diz que as sinapses podem fazer algum sentido? Ou que elas são geradas de alguma maneira?

O tempo escorre por entre os dedos. E entre os dedos não existe mais nada. Só restou um coração danificado que agora não vê propósito em bater, a não ser pelo simples mérito de manter o corpo de seu dono em pé.

Talvez o tempo venha a ajudar de alguma maneira, àquela que ainda não surgiu e está ansiosa por mostrar sua face e acolher os tormentos e anseios do rapaz que não vê objetivo em ter uma vida.

De tempos em tempos, ele se deixa levar pelo tempo, faz pouco caso desse fiel amigo que nunca te abandonou, mesmo nas horas mais sombrias e angustiantes de sua não-tão-grande-vida.

Duas Mil Trezentas e Quatro Horas. Isso é tempo demais para viver aprisionado em um casúlo, mas talvez seja o necessário para que a lagarta transforme-se na mais bela borboleta já vista. Talvez seja o período de amadurecimento que ele precisa ter para, enfim, encarar o mundo novamente, de peito aberto, olhos atentos e cabeça em riste.

Mas de uma coisa ele é certo: de cada um desses Cento e Trinta e Oito Mil Duzentos e Quarenta Minutos, ele sentiu falta dela em cada um deles.



Meu, para o mundo.

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