Hoje fazem exatamente Três Meses e Cinco Dias.
O tempo passou mais rápido do que pudesse sentir. As horas, algumas foram eternamente longas, já outras passaram fugazes como um trem bala, ou melhor, como uma bala.
O tempo. Mesmo com estes Noventa e Seis Dias nas costas e na mente todos os dias, parece que faz completou muito menos. Cada mês para uma semana, e cada semana para um dia.
E quando esse sentimento sobressai, o dia demora a concluir-se. Os pensamentos ficam soltos pelo ar, desatam-se os nós dos neurônios e quem diz que as sinapses podem fazer algum sentido? Ou que elas são geradas de alguma maneira?
O tempo escorre por entre os dedos. E entre os dedos não existe mais nada. Só restou um coração danificado que agora não vê propósito em bater, a não ser pelo simples mérito de manter o corpo de seu dono em pé.
Talvez o tempo venha a ajudar de alguma maneira, àquela que ainda não surgiu e está ansiosa por mostrar sua face e acolher os tormentos e anseios do rapaz que não vê objetivo em ter uma vida.
De tempos em tempos, ele se deixa levar pelo tempo, faz pouco caso desse fiel amigo que nunca te abandonou, mesmo nas horas mais sombrias e angustiantes de sua não-tão-grande-vida.
Duas Mil Trezentas e Quatro Horas. Isso é tempo demais para viver aprisionado em um casúlo, mas talvez seja o necessário para que a lagarta transforme-se na mais bela borboleta já vista. Talvez seja o período de amadurecimento que ele precisa ter para, enfim, encarar o mundo novamente, de peito aberto, olhos atentos e cabeça em riste.
Mas de uma coisa ele é certo: de cada um desses Cento e Trinta e Oito Mil Duzentos e Quarenta Minutos, ele sentiu falta dela em cada um deles.
Meu, para o mundo.
sábado, 24 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Resiliência do Coração
Cada dia que passa sinto meus pés sempre mais afastados do chão. O ar estacionado na atmosfera nunca infla meus pulmões. Os raios solares nucna atingem minha retina. A chuva nunca toma a minha pele. As músicas nunca estouram em meus tímpanos. As buzinas dos veículos e motos não mais me irritam.
Me sinto distante, ao tempo em que meu cérebro e corpo tornam-se resilientes.
Inabalával.
Não me sinto eu. Sou apenas o reflexo de algo que quero ser, um amálgama de uma alma que já tinha com a que está nos meandros do agora.
Inevitabilidade.
Transmutação constante.
As flores na derme compravam essa transformação.
Recente. Em pausa.
E nada distante.
Me sinto distante, ao tempo em que meu cérebro e corpo tornam-se resilientes.
Inabalával.
Não me sinto eu. Sou apenas o reflexo de algo que quero ser, um amálgama de uma alma que já tinha com a que está nos meandros do agora.
Inevitabilidade.
Transmutação constante.
As flores na derme compravam essa transformação.
Recente. Em pausa.
E nada distante.
Meu, para o mundo.
domingo, 11 de abril de 2010
A Lua Nunca É Maior que o Polegar
Queria que o mundo hoje fosse meu.
Meu por completo,
Repleto de alegria.
Talvez um pouco menos seleto.
Queria que o mundo amanhã fosse seu.
Seu por inteiro,
Nada sorrateiro
E que te felicitasse ao acordar.
Queria que o mundo ontem fosse nosso.
Mundo pela metade,
De menor seriadade
Mais acolhedor e amistoso.
Quero, ao acordar, que o mundo seja meu.
Com o resto que ainda existe de você.
O pouco que sobrou,
Mas que mesmo hoje, me emocionou.
Meu, para o mundo.
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