segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pulsações por impulso

O coração começou a apertar. O batimento cardíaco disparou, como em exercício algum tinha acontecido anteriormente.

Seu rosto gotejava. A sudorese era excessiva e não mostrava qualquer sinal de que fosse cessar tão cedo.

O lençol estava parcialmente molhado do mar sudoríparo.

A boca estava entreaberta, os dentes rangindo freneticamente num ato de desespero.

Os punhos cerravam o tecido que antes fora um lençol e era responsável pela cobertura do colchão. Agora jazia como um pedaço desfigurado e repleto de fios pendos, igual à algas que tremulam no fundo do oceano.

Veias, a cada minuto, emergiam em sua pele branca. O tom esverdeado e negro evidenciava a rapidez de seu fluxo sanguíneo. Emaranhados de veias que nunca antes foram vistas estavam emergindo, dando um aspecto grotesco e monstruoso ao corpo deitado.

Que em um átimo, levantou vorazmente e soltou um urro tão gutural, que poderia, tranquilamente, ser atribuído ao mais feroz dos leões ou lobos.

Seu coração acelerou em disparada, como quando é acometido por um susto.

Mãos trêmulas. Os lençóis estralhaçados e reduzidos a fios. Sua fronte encharcada pelo suor incessante, e seu cabelo molhado encobrindo o seu rosto esquerdo.

Olhou para o criado-mudo, que só conseguiu dizer-lhe as horas.

Eram 4:37 da madrugada.

Terça-feira, 19 de Julho de 2003, Domingo.

Seu coração descansou em paz.

Mas suas mãos continuavam a transpirar.

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