O coração começou a apertar. O batimento cardíaco disparou, como em exercício algum tinha acontecido anteriormente.
Seu rosto gotejava. A sudorese era excessiva e não mostrava qualquer sinal de que fosse cessar tão cedo.
O lençol estava parcialmente molhado do mar sudoríparo.
A boca estava entreaberta, os dentes rangindo freneticamente num ato de desespero.
Os punhos cerravam o tecido que antes fora um lençol e era responsável pela cobertura do colchão. Agora jazia como um pedaço desfigurado e repleto de fios pendos, igual à algas que tremulam no fundo do oceano.
Veias, a cada minuto, emergiam em sua pele branca. O tom esverdeado e negro evidenciava a rapidez de seu fluxo sanguíneo. Emaranhados de veias que nunca antes foram vistas estavam emergindo, dando um aspecto grotesco e monstruoso ao corpo deitado.
Que em um átimo, levantou vorazmente e soltou um urro tão gutural, que poderia, tranquilamente, ser atribuído ao mais feroz dos leões ou lobos.
Seu coração acelerou em disparada, como quando é acometido por um susto.
Mãos trêmulas. Os lençóis estralhaçados e reduzidos a fios. Sua fronte encharcada pelo suor incessante, e seu cabelo molhado encobrindo o seu rosto esquerdo.
Olhou para o criado-mudo, que só conseguiu dizer-lhe as horas.
Eram 4:37 da madrugada.
Terça-feira, 19 de Julho de 2003, Domingo.
Seu coração descansou em paz.
Mas suas mãos continuavam a transpirar.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
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